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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Central de Libras facilita comunicação de pessoas surdas em equipamentos públicos

Central de Libras facilita comunicação de pessoas surdas em equipamentos públicos

A comunidade surda de Uberlândia conta com uma maior facilidade em obter informações sobre os serviços oferecidos para a população em equipamentos públicos. Com pouco mais de um mês em funcionamento, a primeira Central de Intérpretes de Libras (CIL) do interior do Estado de Minas Gerais já atendeu cerca de 60 pessoas, média de dois atendimentos por dia.
O serviço mais solicitado na central é o de acompanhamento de pessoas surdas em hospitais, tribunais e locais de atendimento público, viabilizando a comunicação entre surdos e ouvintes. O intérprete da CIL, Wander Luis Matias, conta que através de um atendimento surgem novas demandas e novos agendamentos. “Quando acompanhamos o surdo em consultas médicas, nós também vamos ao retorno ao consultório e todos os novos agendamentos que surgirem a partir do primeiro agendamento. Acompanhamos todos os casos e facilitamos o entendimento, resolvendo o problema”, disse.
O intérprete conta ainda da dificuldade de comunicação enfrentada pelos surdos nos atendimentos públicos, e da importância dos interpretes da Central de Libras acompanharem gratuitamente os deficientes auditivos. “Antes da criação da central, os surdos tinham que pagar para intérpretes particulares, ou dependiam da vontade e disponibilidade de algum parente conhecedor da língua de sinais para acompanhá-los. Com a Central, o surdo é independente. Estamos aqui para ser porta vozes de reclamações, reivindicação e direitos através do acompanhamento”, disse.
            Uberlândia conta com cerca de 3 mil surdos cadastrados na Associação dos Surdos e Mudos deUberlândia (ASUL). Segundo Wander, a partir do momento que a Central fica mais conhecida a demanda vai aumentando. “Nos locais que eu acompanho os surdos, aproveito para divulgar a CIL, informo que eles podem ligar caso não saibam como lidar com a comunicação com pessoas surdas que chegam ao local. Outro fator que divulga muito a central é o próprio surdo que recebeu atendimento informar para outros surdos sobre o serviço gratuito que ele pode usufruir”.
Entre as principais dificuldades enfrentadas pelos interpretes, a que destaca é a falta de informação da população quanto a lei de prioridade. Segundo a intérprete Helika Ete da Silva, os atendentes não respeitam a Lei nº 10.098, que prevê acessibilidade e prioridade do surdo no atendimento. “A maioria dos estabelecimentos não sabe que o surdo, assim como o deficiente de necessidades especiais e idosos, também tem atendimento prioritário garantido por lei. Diante disso, temos que fazer o esclarecimento das pessoas que estão atendendo e informar sobre os direitos que os surdos têm”, contou.
            A reportagem da Secom acompanhou a visita de Lucimara Mota de Cintra a uma consulta com uma pediatra em uma unidade de saúde da cidade. Com uma filha recém nascida no colo, ela conta que antes da Central existir tinha muita dificuldade de fazer qualquer atendimento. O marido também é surdo e a sogra pouco entende da língua de libras e isso dificultava muito para que as pessoas entendessem o que ela queria dizer. “A Central de Libras foi a melhor coisa que aconteceu, agora tenho alguém para explicar fielmente para o médico o que estou sentindo, o que está acontecendo com minha filha. É uma liberdade, agora posso agendar consultas  e fazer tudo sozinha”, disse.
Lucimara conta que teve conhecimento da central através da amiga Priscila da Silva, que também é surda e já solicitou acompanhamento. Ela fala que a partir de agora vai replicar a informação para outros amigos surdos que o serviço está disponível e de graça.

CIL
A Central oferece intérpretes em local e horário previamente agendado para acompanhamento des pessoas surdas em hospitais, tribunais, delegacia e outros locais de atendimento público, além de atendimento virtual, através de webcams, possibilitando a utilização online da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
O local está equipado com terminais de computador e webcam para que o cidadão surdo possa conversar à distância. A criação do espaço partiu de uma iniciativa do Governo Federal em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) e da Prefeitura de Uberlândia, através da Superintendência da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Urbana, ligada à Secretaria de Governo. A Secretaria de Estado também disponibilizou um veículo para a unidade realizar o transporte necessário, visando atender a comunidade.
A Central em Uberlândia tem como meta o cumprimento da Lei Estadual n/10.379, de 10 de novembro de 1991, que determina acessibilidade dos deficientes auditivos às repartições públicas voltadas para o atendimento externo, por meio de tradução e interpretação da Língua Brasileira de Sinais, ampliando a comunicação e interação entre ouvintes e deficientes auditivos fundamentada na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

Atendimento

A CIL está situada na praça Tubal Vilela, 60, no Centro. A sala de atendimento está localizada dentro da unidade do Centro Estadual de Políticas, Emprego e Renda (Ceper), antigo Sine de Uberlândia. São dois intérpretes responsáveis pelos atendimentos.
O atendimento e agendamentos acontece de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, pelo telefone 3235-4174. O endereço eletrônico é  libras.uberlandia@social.mg.gov.br.
A pagina do Skype fica aberta e pode ser adicionada pelo email: libras.uberlandia@outlook.com


Paula Maia

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