drogas na Terceira Idade

Projeto ajuda na prevenção contra uso de drogas na Terceira Idade

            Uma realidade triste e preocupante tem crescido a cada dia, porém de forma invisível: o uso de drogas na terceira idade. Segundo a psicóloga e mestra em Ciência da Saúde da Secretaria Municipal Antidrogas e de Defesa Social, Maria de Lourdes Pereira Costa, são vários os fatores de risco mais freqüentes que levam ao uso de drogas entre o público idoso. Alguns deles são o isolamento social, a baixa condição social, a grande quantidade de medicação e polifarmácia (o uso simultâneo de cinco ou mais medicamentos).

Atenta a tudo isso, a Secretaria Antidrogas e de Defesa Social elaborou um projeto para esse público como forma de prevenção e orientação. Em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Trabalho, as ações são direcionadas aos mais de quatro mil idosos atendidos pelos Centros de Atendimento Integrados (Ceais), nos bairros Luizote de Freitas, Laranjeiras, Guarani e Brasil.

Na última quarta-feira (22), Maria de Lourdes Pereira Costa esteve no Ceai do bairro Luizote de Freitas. Segundo ela, os idosos demonstraram muito interesse na palestra e questionaram bastante sobre o caso. Além disso, a psicóloga também fez algumas ressalvas sobre o consumo excessivo de álcool. Diante do interesse despertado, a secretaria está elaborando novos horários para atender os outros Ceais com palestras desta natureza. Na próxima semana, as atividades deverão ser levadas às unidades do Laranjeiras e Guarani.

Os atendimentos consistem em palestras e explanações de como evitar os contatos com as drogas lícitas (álcool e fumo) e as ilícitas (maconha, crack, cocaína, etc). Além disso, a psicóloga Maria de Lourdes dá um alerta sobre o uso excessivo de medicamentos e até a automedicação.

Pesquisas feitas em nível nacional apontam o uso do crack na terceira idade. Trata-se da senilização: pessoas com mais de 50 anos que só bebiam, no máximo fumavam maconha, e que agora começam a experimentar o crack. Além do consumo, existe ainda a comercialização, que já parte para o fator crime e que está diretamente ligado a Segurança Pública, mas que também preocupa os agentes públicos. “Desencadeia todo um processo de desestruturação familiar. A troca de experiência com os profissionais demonstra que o idoso pode ser usado por pessoas inescrupulosas, porque não levanta nenhuma suspeita. Em alguns casos, é nessa hora também que a terceira idade se torna vulnerável”, disse a secretária Flávia Carvalho.

Cássia Bomfim

Secretaria Antidrogas e Defesa Social