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domingo, 2 de março de 2014

ESPECIAL CARNAVAL

ESPECIAL CARNAVAL

Unidos do Chatão leva para a avenida a paixão nacional, a Copa


            Com quase três décadas de fundação, a Escola de Samba Unidos do Chatão está a todo vapor. Este ano, abrirá o desfile das escolas em Uberlândia. Com o enredo “Copa do Mundo - A seleção Penta”, a escola vai colocar na passarela cerca de 500 componentes divididos em 12 alas e quatro carros alegóricos.
            O presidente da agremiação, Olímpio Silva "Pai Nego", disse que um dos ápices da apresentação da Chatão será a harmonia de cores, dando um colorido especial e vibrante na avenida. A proposta é fazer a interação das cores verde e rosa, que são da escola, com o verde, amarelo, azul e branco da bandeira do Brasil.
            Unidos do Chatão já foi campeã por seis vezes e bicampeã duas vezes consecutivas. Neste ano, além das tradicionais alegorias e destaques, os componentes estão preparando algumas surpresas para o público. Pai Nego não quis adiantar muita coisa, mas garantiu que o público vai ficar admirado. “Esse é um dos segredos, não revelar todo o encanto da agremiação, só mesmo no contagiante contato com a nação Chatão”, ressaltou.
            O público vai viajar por diversos países junto com a escola. Locais onde a seleção penta campeã abrilhantou o país. “Locais por onde a bandeira brasileira foi erguida e os brasileiros entoaram o hino mais bonito do mundo. Terras distantes que cada cidadão pode se sentir presente na maior paixão nacional que é o futebol”, enalteceu.

O segredo das fantasias

            Por mais de um mês a casa da costureira Sebastiana Eleuza Silva Maxmiano, 58 anos, virou um verdadeiro ateliê. Metros e metros de tecidos, lantejoulas, fitas carretel, tules, cetim e outros apetrechos de costura ficaram espalhados pela casa.
            Trancado a sete chaves, o “salão” provisório não recebeu clientes por todo esse período. Quem tentou uma ajudinha para confeccionar alguma peça de vestuário, pôde esquecer. Dona Sebastião já deixava claro: “fechado para a Unidos do Chatão”. Parece brincadeira, mas também costurando há 22 anos para a escola, ela não hesitava. “Primeiro o coração e a comunidade da minha escola, depois o restante”, disse ela com uma enorme gargalhada.
            Para a família da costureira essa dedicação já é uma rotina na vida de Sebastiana e eles nem se incomodam. “ O amor dela pela escola é intenso e verdadeiro, aí a gente tem que se conformar, é uma vez por ano”, disse uma das filhas”. A costureira não trabalhou sozinha, além de outros profissionais à disposição, Sebastiana também contou com mais duas ajudantes. Iracema de Araújo, 74 anos, e Martha Helena da Silva, 51 anos. Elas receberam a equipe da Secom, mas sem tirar as mãos, os pés e quase que os olhos das fantasias. O vai e vem das máquinas, o reforço na iluminação da costura, o manuseio das peças, tudo isso sincronizado com a magia e as cores da escola de samba.
            Elas confeccionaram cerca de 300 peças das alas das baianas, bateria e a velha guarda. Iracema e Martha disseram que a emoção é muito grande. “Quando chegam as peças tudo desconectado parece mais um trabalho normal, cotidiano, mas a cada corte, a cada detalhe, a gente parece que vai incorporando a história, a beleza do enredo e a sensibilidade dos componentes. Aí a gente embarca junto com eles. É muito gratificante, é muito amor”, diz Iracema.
            Já a “líder” da turma vai mais além. “A gente arrepia. Aqui em casa, por exemplo, é uma hireraquia natural: mãe, irmão, família, já vêm da escola. A gente já ganhou até troféu por causa das fantasias das baianas”, disse Sebastiana. Ao ser indagada sobre o segredo de tanta dedicação e determinação, ela simplesmente disse: “É amor. Fazer com o coração”, diz Sebastiana. Durante o tempo em que ficaram costurando as roupas da Unidos do Chatão, as três “Marias” chegaram a trabalhar três turnos: manhã, tarde e noite, ininterruptamente, das 7h às 22h.

História

            A escola foi fundada em 15 de março de 1986, com o nome de Moradia em que os membros da comunidade Chatão se reuniam, próximos da avenida Monsenhor Eduardo, sendo a maioria de seus componentes oriunda do bairro Aparecida e de outras regiões da cidade.
            Em 2006, apresentou o enredo "Uma viagem ao mundo encantado" e no ano seguinte, homenageou o cantor Alexandre Pires, que desfilava desde criança na escola, mas não pôde comparecer ao desfile e foi representado por sua família. O samba foi composto por Lourenço Poeira, compositor de músicas do cantor. Homenageou as regiões brasileiras em 2010 e em 2011, trouxe o circo como enredo, obtendo o vice-campeonato.

Cássia Bomfim
Cultura

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